Mais uma prova de que o governador Marconi Perillo (PSDB) é o principal responsável pelo rombo nas contas do Estado. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a ex-secretária da Fazenda Ana Carla Abrão revelou que o tucano impediu que ela enxugasse gastos do Judiciário e do Legislativo em Goiás para evitar problemas com aliados
“Há muito espaço para corte de gastos, a máquina é ineficiente. Não falta recurso. Falta gestão, eficiência”, disse ela, que citou sua experiência em Goiás, contando que os números da folha salarial dos servidores do Estado são mascarados.
Segundo ela, o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é 60% da arrecadação, é burlado com o pagamento de penduricalhos ao salário. “Isso entrava como despesa de custeio e não de pessoal. Tiveram o aval e incentivo por parte dos Tribunais de Contas para escamotear a realidade”, disse ela.
É a prova definitiva de que a gestão de Marconi é péssima para a saúde financeira do Estado. Não custa lembrar que, recentemente, economistas frisaram que Goiás é um dos Estados com maior chance de se tornar um novo Rio de Janeiro justamente por causa dos gastos excessivos com salários.
O que piora a situação é que os gastos não são em áreas que trariam benefícios para a população, como a convocação de policiais militares e civis para impedir o aumento da violência no Estado. Em vez disso, Marconi gasta com comissionados e no loteamento de cargos para acalmar aliados.
Esse motivo, aliás, foi até citado por Ana Carla Abrão na entrevista, que disse ter levado uma “enquadrada” de Marconi para não mexer nos outros poderes, evitando assim uma crise maior na base aliada.